Hoje, dia 28 de junho, comemora-se o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, mas o que a maioria das pessoas não sabe é a história que essa data traz consigo. Para que a gente possa entender as necessidades de uma minoria, é necessário entender o que está por trás de cada uma das suas reivindicações. A história do que ocorreu em Stonewall Inn é peça-chave para o entendimento de como surgiram os direitos civis dos LGBTQIA+.
Durante a década de 60, em Nova York, relacionar-se com pessoas do mesmo sexo era considerado ilegal. Dessa maneira, andar de mãos dadas, beijar, dançar junto e comprar bebidas alcoólicas eram proibidas, sob a alegação de que esse tipo de comportamento causava desordem. Assim, a comunidade usava bares e clubes como refúgio para poderem ter liberdade de serem quem eram. Stonewall Inn foi fundado em 1966 como um bar LGBT+, no qual a maioria dos frequentadores eram jovens de periferia, sem teto (pessoas que tinham sido expulsas de casa devido a sua orientação sexual), travestis e drag queens. Os donos do bar subornavam os policiais locais para que fossem avisados com antecedência sobre inspeções que eram feitas regularmente, contudo em 28 de junho de 1969 uma inspeção foi realizada sem aviso prévio. Então, nove policiais invadiram o local sob o pretexto de venda ilegal de bebidas alcoólicas, agrediram e levaram sob custódia mulheres trans e drag queens que não usavam o que consideraram “roupas adequadas” para seu gênero. Treze pessoas foram presas e algumas delas, ao serem conduzidas para viatura decidiram provocar os policiais fazendo caras e bocas para a multidão que assistia o que estava acontecendo. A polícia, então, passou a usar mais violência para fazê-las entrar nos carros, causando revolta nos que presenciavam a cena e levando-os a jogar materiais nos policiais. Por fim, a polícia precisou se recolher para dentro do bar.
“Por que o mundo era tão contra o que meu coração queria? Quando sua afeição por alguém é negada (…), isso pode distorcer você. Quando o desejo de amar e ser amado é criminalizado, ele pode te envenenar– e é muito difícil neutralizar esse sentimento”. Les, que tinha 20 anos na época e participou das manifestações.
Depois desse dia ocorreram 6 dias de manifestações que reuniram milhares de pessoas por toda Nova York, isso foi uma resposta a tanta discriminação e repressão que a comunidade sofria.
Desse ano em diante começaram a acontecer paradas do orgulho LGBT+ por diversas cidades, nas quais multidões levavam o arco íris (cores do movimento) pelas ruas de várias cidades. No primeiro ano, elas ocorreram em Nova York, Los Angeles, San Francisco e Chicago. Já no segundo ano ganhou a Europa preenchendo com suas múltiplas cores as ruas de Berlim Ocidental, Londres, Paris e Estocolmo. No Brasil as mudanças começaram com 10 anos de atraso, já que a Revolução de Stonewall ocorreu em um período que o país vivia sua fase mais violenta da Ditadura Militar.
“Stonewall funda um novo tipo de movimento LGBT. Criou essa ideia do orgulho, das pessoas LGBT ocupando o espaço público, assumindo suas identidades e se orgulhando dessas identidades e de práticas de sexualidade e de gênero", afirmou à BBC News Brasil Renan Quinalha, professor de direito da USP, ativista de direitos humanos e um dos autores do livro A História do Movimento LGBT no Brasil.
Em 2015, a prefeitura de Nova York tornou o bar um monumento histórico da cidade. Em 2016, o então presidente dos EUA, Obama, tornou o estabelecimento o primeiro monumento nacional dos direitos LGBTQIA+.
A equipe da Optive considera todas as pessoas devem ser livres para serem quem são e toda forma de amor é válida!
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