Mineração Urbana
Diante dos finitos recursos terrestres foi necessário se reinventar buscando novas maneiras de fazer mineração.
O fato dos recursos naturais terrestres serem finitos não é novidade para ninguém, então é necessário que o ser humano se reinvente para que nosso padrão de vida e consumo seja mantido. Nesse cenário, surgiu então uma nova forma de mineração: Mineração Urbana.
No contexto tradicional da mineração a matéria prima é extraída diretamente da Terra por processos de lavra e a mineração urbana vem com a proposta de reciclar esse material. O principal objetivo desse tipo de mineração é reaproveitar os materiais pós consumo como matéria prima na confecção de novos produtos e, com isso, diminuir a extração de elementos finitos da crosta terrestre. Pensar nesse contexto é bastante vantajoso ambientalmente e financeiramente, já que o consumo de energia e água é significativamente menor em processos de reciclagem mantendo a mesma qualidade. Pensando em números, 75% da energia gasta e das emissões de gases ocorrem na preparação da matéria prima, ou seja, ao recicla-la esse valor seria bem menor.
Fonte: Mineração Urbana de resíduos eletroeletrônicos: uma nova fronteira a explorar no Brasil.
Segundo um estudo da Comunidade Europeia, a ampliação desse tipo de aproveitamento de matéria prima reduziria até 2030 cerca de 20% a necessidade de extrair matéria prima virgem. Os números apresentados no relatório da StEP (Solving the E-Waste Problem) evidenciam essa previsão, já que, segundo eles, 1 tonelada de celulares velhos renderiam:
3,5 kg de prata
130 kg de cobre
340 g de ouro
Essa quantidade de material é bastante expressiva e em alguns casos chega a superar o de minerações tradicionais. Por exemplo, 1 tonelada de placas de circuito interno pode fornecer cerca de 17g de ouro, enquanto a mineração de Morro do Ouro extraí de 0,4 a 12 g de ouro por tonelada. Dessa maneira, fica evidente que investir em metodologias que permitam a reciclagem desse tipo de aparelho é bastante vantajosa.
Falando em valores monetários, em 2011 a Mineração Urbana gerou US$ 1,45 bilhões em todo mundo (Frost & Sullivan). Em um contexto Brasil, em 2016, o reaproveitamento de cobre, alumínio ouro e prata gerou cerca de R$ 4 bilhões.
Essa atividade tem muito potencial de crescimento já que produtos eletrônicos dominam o cenário atual e a demanda por novos aparelhos cresce a cada dia. Com a velocidade que a tecnologia vem avançando e tornando produtos anteriores obsoletos, o lixo eletrônico vem se tornando cada vez maior e isso um prato cheio para esse tipo de reciclagem. De acordo com pesquisa realizada pelo CETEM, em 2018, 85% dos entrevistados de quatro estados e do Distrito Federal revelaram que guardam um aparelho que não funciona mais.
“Os equipamentos eletroeletrônicos não são perigosos, mas há substâncias perigosas nos resíduos que esses equipamentos liberam quando entram em desuso”, afirma a pesquisadora da USP Wanda Günther.
Com certeza a Mineração Urbana começará a ganhar cada vez mais espaço, porque é necessária a busca por alternativas mais sustentáveis para manter o estilo de vida que temos hoje. Além disso, ela vem se mostrando uma excelente alternativa financeira para lidar com o fato de vivermos em um planeta com recursos finitos.
Por hoje é só, mas segunda que vem tem mais!
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